terça-feira, 25 de maio de 2010

Padre suspeito de transformar igreja em masmorra erótica continua preso no Rio

A Polícia Civil informou que o padre polonês Marcin Michal Strachanowski, 44, suspeito de transformar a casa paroquial da igreja Divino Espírito Santo, em Realengo (zona oeste), numa espécie de "masmorra erótica", permanece preso nesta segunda-feira na Polinter do Grajaú, na zona norte do Rio.

Acompanhado de advogado, na 33ª DP (Realengo), ele se apresentou no final da noite de sexta (21) com um diploma de curso superior da Polônia para garantir prisão especial.

Diretor do Departamento de Polícia da Capital, Ronaldo Oliveira afirmou que o documento de curso superior do padre precisa ser confirmado pelo Ministério da Educação. Por enquanto, o acusado vai continuar preso na Polinter.

O sacerdote também está sendo submetido a processo canônico no Tribunal Eclesiástico, o que pode representar até sua expulsão. Segundo a Arquidiocese do Rio, o padre foi afastado da Igreja do Divino Espírito Santo, em Realengo, em 2008, quando começou a investigação sobre o atentado violento ao pudor contra um adolescente de 16 anos, que havia sido coroinha na mesma paróquia.

Denúncia

O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) informou que o pedido de prisão foi decretado na quinta-feira (20) pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Bangu, Alexandre Abrahão Dias Teixeira. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o religioso teria algemado um jovem, na época com 16 anos, a uma cama e feito sexo oral nele, na casa paroquial. A vítima afirmou que o sacerdote chegou a oferecer dinheiro com a exigência de "silêncio" e o ameaçou, dizendo que "já sabia as flores que colocaria em seu caixão".

"As provas colhidas durante a investigação apontam o indiciado como uma pessoa compulsivamente ligada a sexo com adolescentes. O acusado arregimentava esse rebanho de inocentes jovens para levá-los a sua casa paroquial, subestimando sua alta relevância espiritual para transformá-la numa espécie de masmorra erótica onde submetia estes jovens, inclusive com emprego de algemas, as orgias descritas entre risos nas conversinhas mantidas com seus amigos na internet", escreveu o juiz na decisão.

No processo, o jovem detalha as tentativas do padre em aliciá-lo, inclusive com "beijos lascivos mediante emprego de constrangimento". O adolescente havia deixado a igreja em 2006, após dois anos servindo como coroinha, mas o sacerdote o convenceu a voltar a frequentar a paróquia em 2007. O abuso teria ocorrido próximo ao Carnaval daquele ano.

"Ele solicitou a presença do jovem na casa paroquial, que estava deserta. No quarto, no segundo andar, após algemá-lo à cama, o despiu e nele praticou sexo oral e tentativa de sexo anal ", mostra a denúncia.

Ainda de acordo com a denúncia, em 2006 a vítima que exercia a função de coroinha na paróquia se desligou do grupo religioso, sendo novamente procurado pelo padre denunciado no final do mesmo ano e no início de 2007, ocasião em que iniciaram conversação e troca de correspondências e mensagens de "cunho pornográfico" via internet.

"O denunciado, ainda usando de coerção, colocou um dinheiro no bolso da vítima, e exigiu silêncio, ameaçando que todos ficariam sabendo do ocorrido. Posteriormente, percebendo a recusa do menor em receber suas ligações, o denunciado, ao ser atendido ameaçou de morte a vítima. E o perfil desenhado pela prova indiciaria sua franca capacidade de usar sua postura de padre para executar lavagem cerebral", destaca a denúncia.

O padre é acusado pelos crimes contra os costumes e corrupção de menores. Se condenado por atentado violento ao pudor, ele pode pegar até dez anos de prisão. Embora a modalidade do crime atualmente tenha sido revogado por lei sendo agora considerado estupro à época dos fatos estava previsto no Código P enal. Segundo o TJ-RJ, o padre pode apresentar sua defesa em dez dias. (fonte: folhaonline)

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