sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Esclerose Multipla

ESCLEROSE MÚLTIPLA


O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA?
·                    Não é uma doença mental.
·                    Não é contagiosa.
·                    Não é suscetível de prevenção e não tem cura.


- CLAUDIA RODRIGUES - Atriz que assumiu ser portadora de Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla (EM) ou esclerose disseminada é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas (pessoas com genótipo caucasiano). A ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla) têm levantado dados para obter o perfil da doença no Brasil. Estudos demonstram que a Esclerose Múltipla é mais freqüente em populações localizadas nas zonas temperadas da Terra, aproximadamente de 40 a 60 graus de latitude ao norte e ao sul do planeta. No Brasil, calcula-se que a prevalência da doença seja de 10 casos para cada 100 mil habitantes.
Este tipo de patologia leva a uma destruição das bainhas de mielina que recobrem e isolam as fibras nervosas (estruturas do cérebropertencentes ao Sistema Nervoso Central ou SNC).

A importância da Mielina 


As células nervosas possuem vários prolongamentos dos quais um deles, chamado "axônio", é uma fibra longa, fina e flexível que transmite impulsos nervosos. Estes impulsos são sinais elétricos conduzidos ao longo do comprimento do nervo. As fibras nervosas são longas, de forma a permitir que os impulsos sejam conduzidos entre partes distantes do corpo, como a medula espinal e os músculos.

A maioria das fibras nervosas está envolvida por uma bainha isolante constituída por gorduras, denominada mielina, a qual atua de forma a acelerar a condução dos impulsos. A bainha de mielina contém interrupções chamadas "nós" de "Ranvier". Ao saltar de "nó" em "nó", a condução do impulso torna-se muito mais rápida do que se tivesse de ser efetuada ao longo de todo o comprimento da fibra nervosa. Os nervos mielinizados podem transmitir um sinal a velocidades tão elevadas como 100 metros por segundo - tão rápido quanto um carro de Fórmula 1.

A perda de bainha de mielina que envolve o nervo origina vários sintomas, porque a transmissão dos impulsos nervosos é atrasada ou bloqueada, uma vez que tem agora de ser efetuada continuamente ao longo de toda a fibra nervosa. Uma área onde a mielina foi destruída é denominada lesão ou placa.

Este atraso de condução nervosa e o "curto-circuito" dos impulsos nervosos provocados pelas lesões, originam vários sintomas relacionados com a atividade do sistema nervoso. 

Os pontos onde se perde mielina (placas ou lesões) surgem como zonas endurecidas (tipo cicatrizes), que aparecem em diferentes momentos e zonas do cérebro e da medula espinhal. Literalmente, Esclerose Múltipla, significa episódios que se repetem várias vezes. Até certo ponto, a maioria dos pacientes se recupera clinicamente dos ataques individuais de desmielinização, produzindo-se o curso clássico da doença, ou seja, surtos e remissões.

Doença do Sistema Nervoso Central

O Sistema Nervoso Central, é constituído pelo cérebro e pela medula espinhal, e funciona como uma "central de comandos", isto é, atua como um quadro de distribuição, enviando mensagens elétricas e químicas através dos nervos para as diversas partes do corpo. Estas mensagens controlam todas as funções, em particular os movimentos, conscientes e inconscientes do nosso corpo. A comunicação ocorre através de impulsos nervosos - sinais elétricos conduzidos ao longo dos nervos. 


Sistema Nervoso Periférico

Além do Sistema Nervoso Central, existe também o Sistema Nervoso Periférico, composto pelos nervos distribuídos pelo corpo, os quais podem ser de dois tipos: os nervos sensitivos e os nervos motores. Os nervos sensitivos conduzem as informações da periferia para o Sistema Nervoso Central, por exemplo a cerca do que se vê, ouve, cheira, sente e saboreia. 

Os nervos motores transportam os sinais de comando do Sistema Nervoso Central aos músculos, para o controlo do movimento e das funções corporais em geral, como a frequência cardíaca, respiração, digestão, produção de suor.

Quando se segura numa folha e se inicia a sua leitura, o Sistema Nervoso Central realiza várias funções. Por exemplo, envia sinais de comando sobre o modo como os seus braços devem segurar na folha e interpreta a informação proveniente dos seus olhos à medida que lê.
Esta doença causa uma piora do estado geral do paciente: fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e diminuição da coordenação motora. O doente sente dificuldade para realizar vários movimentos com os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé, sente dificuldade para andar, tremores e formigamento em partes do corpo.

Em alguns casos a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual.
Nos estágios mais graves da doença, pode ocorrer um comprometimento respiratório. Isto pode acarretar episódios de infecção ou insuficiência respiratória, que devem ser tratados com atenção e rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora do seu estado geral.
Para minimizar os desconfortos respiratórios causados por esta patologia, são utilizados métodos tais como:
§         Exercícios para desobstruir os brônquios;
§         Exercícios para reexpansão pulmonar;
§         Reeducação diafragmática e da musculatura acessória, com uso de incentivadores respiratórios.

DIAGNÓSTICO
Os primeiros sintomas geralmente são brandos ou pouco perceptíveis, o que faz com que a pessoa sequer procure o médico, fator que dificulta o diagnóstico. Outras doenças do sistema nervoso podem provocar sintomas similares aos da Esclerose Múltipla dificultando o diagnóstico. Os médicos atêm-se ao exame neurológico clínico e a testes laboratoriais para confirmar a doença. Os critérios básicos são:
·                    Evidência de múltiplas lesões no SNC
·                    Evidência (clínica ou paraclínica) de pelo menos dois episódios de distúrbio neurológico num indivíduo entre 10 e 59 anos de idade.

Os exames solicitados pelo médico neurologista para auxiliar no diagnóstico são:
  •        Ressonância Magnética (as imagens do sistema nervoso central são reveladas sem radiação) - atualmente o método preferido para detectar lesões de Esclerose Múltipla.
  •                     Punção lombar (fluido do cérebro é retirado para exame).
  •                 Potencial evocado (mede a condução nervosa no seu trajeto visual, auditivo e sensorial).
  •                     Tomografia computadorizada (exame que fornece raio X transeccional exploratório do sistema nervoso central).
  •                     Mielografia (tipo de raio X para diferenciar a Esclerose Múltipla de outras condições, como por exemplo, compressão de nervos).
  •                     Raio X (usado para evidenciar ou eliminar a suspeita de fraturas.


Prognóstico

A observação, o diagnóstico precoce e o tratamento médico apropriado evitam complicações, como por exemplo as infecções de alguns órgãos. Mesmo assim, a esperança de vida dos pacientes é aumentada apenas moderadamente.
A idade em que os sintomas tiveram início é o principal fator de prognóstico: quanto mais jovem o acometido, mais provável e precoce será a deterioração. Outro fator será o subtipo de EM. Uma minoria poderá não ter um curso progressivo, outra minoria terá um desenvolvimento severo e rápido dos sintomas. Aqueles cujo primeiro sintoma foi a dificuldade visual também têm melhor prognóstico que outros que sofreram inicialmente de problemas de coordenação motora dos membros.
O principal problema para o doente com EM é a invalidez progressiva: 20 anos após o surgimento dos primeiros sintomas da doença, somente um terço dos doentes será capaz de trabalhar normalmente. Ainda antes de completar 20 anos de doença, a maioria necessitará de cadeira de rodas para se movimentar. Em alguns casos, a cadeira de rodas será necessária já antes dos 6 anos desde os primeiros sintomas.

Tratamento



A Fisioterapia e Hidroterapia melhoram e ajudam muito a recuperação, mantendo o paciente ativo e com forças nos membros inferiores, que são os mais afetados. Procurar não parar as suas atividades normais e adaptá-las é fundamental para uma boa qualidade de vida.

A Esclerose Múltipla pode ser minimizada com tratamentos adequados e devidamente programados como o tratamento medicamentoso aliado ao reabilitacional, que têm como finalidade fazer com que o portador continue sendo independente, esteja confortado, seja produtivo e atinja um bom nível de resistência. O uso de medicamentos procura diminuírem o número e a intensidade de surtos minimizando assim as seqüelas. Um tratamento reabilitacional adequado pode melhorar a qualidade de vida do portador. As medidas gerais de abordagem médica têm como meta o tratamento de recorrências agudas, tratamento sintomático, melhora das funções e apoio psicológico. O tratamento em sua totalidade requer princípios que promovam a máxima saúde. Isso significa: assegurar nutrição adequada, estimular o equilíbrio entre repouso e exercício, evitar exposição a infecções e prevenir complicações conseqüentes a atividade física reduzida. É igualmente importante proporcionar atividades que auxiliem a enfrentar a situação e minimizar transtornos familiares, ansiedade e depressão. 

 

 

Não existe cura para a Esclerose Múltipla. No entanto, muito pode ser feito para ajudar as pessoas portadoras de Esclerose Múltipla a serem independentes e a terem uma vida confortável e produtiva. 




 Boa postura não é só estética: é saúde!

Drª Verônica R. Machado – CREFITO 2: 19051 LTF
Atendimento em domicílio  Tel:(21) 7166-9584/ (21)8672-5403
http://draveronicaripardo.blogspot.com/
(autorizada reprodução pela mesma)

Um comentário:

  1. meu marido com esclerose múltipla não sei o que fazer pois faço tratamento dele pelo sus mas ate agora nem medicamento deram para ele e o meu medo é de piorar em vez melhorar

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