ESCLEROSE MÚLTIPLA
O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA?
· Não é uma doença mental.
· Não é contagiosa.
· Não é suscetível de prevenção e não tem cura.
- CLAUDIA RODRIGUES - Atriz que assumiu ser portadora de Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla (EM) ou esclerose disseminada é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas (pessoas com genótipo caucasiano). A
ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla) têm levantado dados
para obter o perfil da doença no Brasil. Estudos demonstram que a
Esclerose Múltipla é mais freqüente em populações localizadas nas zonas
temperadas da Terra, aproximadamente de 40 a 60 graus de latitude ao
norte e ao sul do planeta. No Brasil, calcula-se que a prevalência da
doença seja de 10 casos para cada 100 mil habitantes.
Este tipo de patologia leva a uma destruição das bainhas de mielina que recobrem e isolam as fibras nervosas (estruturas do cérebropertencentes ao Sistema Nervoso Central ou SNC).
A importância da Mielina
As
células nervosas possuem vários prolongamentos dos quais um deles,
chamado "axônio", é uma fibra longa, fina e flexível que transmite
impulsos nervosos. Estes impulsos são sinais elétricos conduzidos ao
longo do comprimento do nervo. As fibras nervosas são longas, de forma
a permitir que os impulsos sejam conduzidos entre partes distantes do
corpo, como a medula espinal e os músculos.
A maioria das fibras nervosas está envolvida por uma bainha isolante constituída por gorduras, denominada mielina,
a qual atua de forma a acelerar a condução dos impulsos. A bainha de
mielina contém interrupções chamadas "nós" de "Ranvier". Ao saltar de
"nó" em "nó", a condução do impulso torna-se muito mais rápida do que
se tivesse de ser efetuada ao longo de todo o comprimento da fibra
nervosa. Os nervos mielinizados podem transmitir um sinal a velocidades
tão elevadas como 100 metros por segundo - tão rápido quanto um carro
de Fórmula 1.
A perda de bainha de mielina que envolve o nervo origina vários sintomas,
porque a transmissão dos impulsos nervosos é atrasada ou bloqueada, uma
vez que tem agora de ser efetuada continuamente ao longo de toda a
fibra nervosa. Uma área onde a mielina foi destruída é denominada lesão ou placa.
Este atraso de condução nervosa e o "curto-circuito" dos impulsos nervosos provocados pelas lesões, originam vários sintomas relacionados com a atividade do sistema nervoso.
Os
pontos onde se perde mielina (placas ou lesões) surgem como zonas
endurecidas (tipo cicatrizes), que aparecem em diferentes momentos e
zonas do cérebro e da medula espinhal. Literalmente, Esclerose
Múltipla, significa episódios que se repetem várias vezes. Até certo
ponto, a maioria dos pacientes se recupera clinicamente dos ataques
individuais de desmielinização, produzindo-se o curso clássico da
doença, ou seja, surtos e remissões.
Doença do Sistema Nervoso Central
O Sistema Nervoso Central, é constituído pelo cérebro e pela medula espinhal,
e funciona como uma "central de comandos", isto é, atua como um quadro
de distribuição, enviando mensagens elétricas e químicas através dos
nervos para as diversas partes do corpo. Estas mensagens controlam
todas as funções, em particular os movimentos, conscientes e
inconscientes do nosso corpo. A comunicação ocorre através de impulsos
nervosos - sinais elétricos conduzidos ao longo dos nervos.
Sistema Nervoso Periférico
Além
do Sistema Nervoso Central, existe também o Sistema Nervoso Periférico,
composto pelos nervos distribuídos pelo corpo, os quais podem ser de
dois tipos: os nervos sensitivos e os nervos motores.
Os nervos sensitivos conduzem as informações da periferia para o
Sistema Nervoso Central, por exemplo a cerca do que se vê, ouve,
cheira, sente e saboreia.
Os
nervos motores transportam os sinais de comando do Sistema Nervoso
Central aos músculos, para o controlo do movimento e das funções
corporais em geral, como a frequência cardíaca, respiração, digestão,
produção de suor.
Quando
se segura numa folha e se inicia a sua leitura, o Sistema Nervoso
Central realiza várias funções. Por exemplo, envia sinais de comando
sobre o modo como os seus braços devem segurar na folha e interpreta a
informação proveniente dos seus olhos à medida que lê.
Esta
doença causa uma piora do estado geral do paciente: fraqueza muscular,
rigidez articular, dores articulares e diminuição da coordenação
motora. O doente sente dificuldade para realizar vários movimentos com
os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé, sente
dificuldade para andar, tremores e formigamento em partes do corpo.
Em
alguns casos a doença pode provocar insuficiência respiratória,
incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de
audição, depressão e impotência sexual.
Nos
estágios mais graves da doença, pode ocorrer um comprometimento
respiratório. Isto pode acarretar episódios de infecção ou
insuficiência respiratória, que devem ser tratados com atenção e
rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora do
seu estado geral.
Para minimizar os desconfortos respiratórios causados por esta patologia, são utilizados métodos tais como:
§ Exercícios para desobstruir os brônquios;
§ Exercícios para reexpansão pulmonar;
§ Reeducação diafragmática e da musculatura acessória, com uso de incentivadores respiratórios.
DIAGNÓSTICO
Os
primeiros sintomas geralmente são brandos ou pouco perceptíveis, o que
faz com que a pessoa sequer procure o médico, fator que dificulta o
diagnóstico. Outras doenças do sistema nervoso podem provocar sintomas
similares aos da Esclerose Múltipla dificultando o diagnóstico. Os
médicos atêm-se ao exame neurológico clínico e a testes laboratoriais
para confirmar a doença. Os critérios básicos são:
· Evidência de múltiplas lesões no SNC
· Evidência
(clínica ou paraclínica) de pelo menos dois episódios de distúrbio
neurológico num indivíduo entre 10 e 59 anos de idade.
Os exames solicitados pelo médico neurologista para auxiliar no diagnóstico são:
- Ressonância Magnética (as imagens do sistema nervoso central são reveladas sem radiação) - atualmente o método preferido para detectar lesões de Esclerose Múltipla.
- Punção lombar (fluido do cérebro é retirado para exame).
- Potencial evocado (mede a condução nervosa no seu trajeto visual, auditivo e sensorial).
- Tomografia computadorizada (exame que fornece raio X transeccional exploratório do sistema nervoso central).
- Mielografia (tipo de raio X para diferenciar a Esclerose Múltipla de outras condições, como por exemplo, compressão de nervos).
- Raio X (usado para evidenciar ou eliminar a suspeita de fraturas.
Prognóstico
A
observação, o diagnóstico precoce e o tratamento médico apropriado
evitam complicações, como por exemplo as infecções de alguns órgãos.
Mesmo assim, a esperança de vida dos pacientes é aumentada apenas
moderadamente.
A
idade em que os sintomas tiveram início é o principal fator de
prognóstico: quanto mais jovem o acometido, mais provável e precoce
será a deterioração. Outro fator será o subtipo de EM. Uma minoria
poderá não ter um curso progressivo, outra minoria terá um
desenvolvimento severo e rápido dos sintomas. Aqueles cujo primeiro
sintoma foi a dificuldade visual também têm melhor prognóstico que
outros que sofreram inicialmente de problemas de coordenação motora dos
membros.
O
principal problema para o doente com EM é a invalidez progressiva: 20
anos após o surgimento dos primeiros sintomas da doença, somente um
terço dos doentes será capaz de trabalhar normalmente. Ainda antes de
completar 20 anos de doença, a maioria necessitará de cadeira de rodas
para se movimentar. Em alguns casos, a cadeira de rodas será necessária
já antes dos 6 anos desde os primeiros sintomas.
Tratamento
A
Fisioterapia e Hidroterapia melhoram e ajudam muito a recuperação,
mantendo o paciente ativo e com forças nos membros inferiores, que são
os mais afetados. Procurar não parar as suas atividades normais e
adaptá-las é fundamental para uma boa qualidade de vida.
A Esclerose Múltipla pode ser minimizada com tratamentos adequados e devidamente programados como o tratamento medicamentoso aliado ao reabilitacional, que têm como finalidade fazer com que o portador continue sendo independente, esteja confortado, seja produtivo e atinja um bom nível de resistência. O uso de medicamentos procura diminuírem o número e a intensidade de surtos minimizando assim as seqüelas. Um tratamento reabilitacional adequado pode melhorar a qualidade de vida do portador. As medidas gerais de abordagem médica têm como meta o tratamento de recorrências agudas, tratamento sintomático, melhora das funções e apoio psicológico. O tratamento em sua totalidade requer princípios que promovam a máxima saúde. Isso significa: assegurar nutrição adequada, estimular o equilíbrio entre repouso e exercício, evitar exposição a infecções e prevenir complicações conseqüentes a atividade física reduzida. É igualmente importante proporcionar atividades que auxiliem a enfrentar a situação e minimizar transtornos familiares, ansiedade e depressão.
Não
existe cura para a Esclerose Múltipla. No entanto, muito pode ser feito
para ajudar as pessoas portadoras de Esclerose Múltipla a serem
independentes e a terem uma vida confortável e produtiva.
Boa postura não é só estética: é saúde!
Drª Verônica R. Machado – CREFITO 2: 19051 LTF
Atendimento em domicílio Tel:(21) 7166-9584/ (21)8672-5403
http://draveronicaripardo.blogspot.com/
(autorizada reprodução pela mesma)
meu marido com esclerose múltipla não sei o que fazer pois faço tratamento dele pelo sus mas ate agora nem medicamento deram para ele e o meu medo é de piorar em vez melhorar
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