sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AMBLIOPIA - TRATAMENTO DE PENALIZAÇÃO


Como é o tratamento com penalização?
A penalização (borramento da visão) pode ser química, óptica ou até químico-óptica. Lançamos mão dessa conduta quando estamos no final do tratamento da ambliopia, ou quando estamos diante de uma ambliopia leve. Neste último caso a penalização pode ter sucesso como primeira escolha para evitar recidiva.


Penalização química: pupila do olho bom é dilatada.


Na penalização o olho amblíope deve enxergar melhor que o penalizado. Porque esta lei não pode ser infringida no tratamento da penalização? Ora, se os dois olhos vão ficar abertos na penalização, um deles precisa ficar com a visão atrapalhada (penalizado) para que o outro fique livre para ser tratado de sua dificuldade.

Como se faz a penalização?
Podemos fazer de três maneiras:
a) com uso de atropina (penalização química);
b) com uso de lente acima do valor necessário antes que provoque diplopia (penalização óptica);
c) com uso de lente de contato pupila negra e atropina (penalização químico-óptica).

Salvo em casos bem estudados, é difícil a penalização ser a primeira escolha de tratamento. Na literatura de diversos países notamos que o uso da penalização é restrito, mas, sem dúvida, é uma “carta na manga” e podemos lançar mão deste recurso quando os outros falharam, com possibilidade de bom resultado.

Em trabalhos com pacientes escolhidos dentro dos critérios de média ambliopia foi notada boa resposta visual tanto com uso do tampão quanto com penalização química. A vantagem observada com a penalização química é a aderência ao tratamento e a melhor aceitação por parte dos pais e dos pacientes.

No nosso serviço lançamos mão mais freqüentemente do uso de lente de contato pupila negra quando o fator estética incomoda muito pacientes entre 6 e 14 anos. A maior contra-indicação aqui é o fator custo e a desinformação dos pais dos pacientes sobre o custo real destas lentes.

Pesquisas em todo o mundo revelam que, quando o tratamento é bem conduzido, o paciente tem boa resposta terapêutica indiferente do método utilizado. Isso mostra que não há vantagem significativa de uma modalidade de tratamento sobre a outra.

Bibliografia:

BRASIL- An. Oftalmol,1988(7): 12-14. Almeida, HC/ penalização no tratamento da ambliopia/Penalisation in The treatment of amblyopia.

EUA-J AAPOS, 2005(9) : 542-545. Repka, MX et al./ The Effect of Amblyopia Therapy on Ocular Alignment

EUROPA- Br J ophthalmol, 2003(87):291-296. Tan, JHY, Thompson JR, Gottlob I/Differences in the management of amblyopia between European countries.

Br J Ophthalmol, 1997 (81): 54-57. Foley-Nolan A, Mc Cann A, O’Keefe M./ Atropine penalisation versus oclusion as the primary treatment for Amblyopia.

Br J Ophthalmol, 1978 (62): 21-28. Ikeda H and Trenain K.E./Amblyopia resulting from penalisation: neurophysiological studies of kettens reared with atropinisation of one or both eyes.

fonte:http://www.oftalmopediatria.com/texto.php?ct=60&ano=

7 comentários:

  1. Lu, minha querida!
    Te confesso que não tinha conhecimento dessa doença, mas, graças ao seu post, pude ver o quão grave e complexa ela é. Vamos divulgar! Espero que tudo se resolva, minha linda, que Deus oriente o seu caminho para que você e a sua família sejam abençoadas na paz.
    Grande beijo,
    Jackie

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  2. Lu, se quiser expandir a divulgação do tema entre em contato. Tenho uma tipo de postagem intitulada 'Mande a Sua!' onde replico ou publico matéria de terceiros em meu blog. Um grande abraço!

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  3. Luciana, para os pais que tem crianças com este problema, nossa, deve dar um trabalho! Porque as criança muitas vezes não conseguem entender a responsabilidade que deverão ter para seguir e obter sucesso com o tratamento!

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  4. Olá Lu,vou republicar sua ma´teria em meu blog.Sou arte terapeuta e trabalho com crianças e portadores de necessidades especiais.
    Abraços,Eloisa

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  5. Oi, minha filha tem ambliopia e digo que o sofrimento e o stress causados pelo uso do tampão fez com que resolvessemos hoje usar a atropina. A autoestima dos pequenos que usam o tampão fica muito abalada e sempre vira uma luta fazer com que o usem principalmente na escola ou em festinhas, pois acreditem existem crianças mal educadas por seus pais que menosprezam qualquer diferença. Sentimos na pele esse problema, hoje divulgo a doença e sempre digo para pais levarem os seus filhos, mesmo que não aparentem ter nada, ao oftalmologista, pois a ambliopia deve ser tratada ate os 7 anos, depois disso a criança corre o risco de perder uma visão.

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  6. Lu,esta matéria que te falei que iria republicar em meu blog saiu hoje no Ocioso.
    Beijos.

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  7. Olá, tenho 19 anos e desde os meus 13 perdi minha cornea, e tenho que fazer um transplante de cornea. Esse transplante ainda não foi feito por opção, quando eu era menor de idade meu pai e minha mae decidiram não fazer após a medica dizer os riscos maiores que tinham quando feito em crianças, e hoje com 19 talvez tenho acomodado mais pretendo fazer so não agora pois existem algumas coisas que ainda é minha prioridade. Aos 15 anos a médica indicou aos meus pais que comprassem a lente colorida com a popila negra, esteticamente iria melhorar pois a cicatriz branca tomou 1/3 da cornea, porem mais uma vez tentando nao prejudicar prefirimos não comprar porque a lente poderia machucar aquela cicatriz em um lugar tão sencivel que é o oho. Hoje eu me interesso em adquirir essa lente enquanto não faço o transplante, porque essa cicatriz branca no meu olho incomoda bastante, trabalho diretamente com clientes e as vezes é ate chato alguns ficam reparando... Aquela possibilidade que viamos de prejudicar após o uso da lente existe? O que vc me indicaria a fazer neste caso?

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